Diários de Bordo : O Presente do Passado
(Originalmente no boletim de janeiro 2021)
DIÁRIOS DE BORDO : O PRESENTE DO PASSADO
A designação de Diário de Bordo já remonta há alguns séculos, estando a sua origem relacionada com a navegação marítima, instrumento onde era registado o que acontecia ao longo de uma viagem.
O Diário de Bordo, também conhecido como «caderno de campo», foi, posteriormente, «importado» para várias áreas disciplinares, como instrumento de registo diário, fixando planos, anotações, rascunhos, desenhos, esboços de ideias, reflexões, tudo o que pudesse surgir no decorrer do desenvolvimento de um projeto de trabalho. Também na formação «As Artes no Currículo: Encontros, Questionamentos e Possibil[Idades]», utilizámos o Diário de Bordo para percorrer este itinerário formativo, permitindo-nos perspetivar a formação como uma ação transformadora no nosso quotidiano educativo. À medida que a Ação se desenvolvia, desenhámos caminhos que entrecruzavam os conhecimentos que íamos adquirindo, com a planificação das nossas atividades no dia-a-dia, deixando autonomia a cada um, para, através dos seus registos fixar o trabalho que desenvolvia. Este modo de estar na formação, o mesmo será dizer de estar na prática do quotidiano letivo, permite refletir sobre o que faz e o que pode vir a fazer, alterando perspetivas, reformulando estratégias, para que a formação não seja, nem um ato isolado, nem um ato acabado, e acima de tudo, nos ajude a criar, desenvolver e manter a «necessidade de ter necessidade» por áreas que, muitas vezes, não estão nas agendas das preocupações educativas.
DEIXEMOS AGORA FALAR QUEM NESTE PROCESSO PARTICIPOU:
(…) Ao longo deste processo fui organizando o meu Diário de Bordo. Este instrumento foi muito importante para me ajudar a preparar as atividades, organizar momentos de reflexão em conjunto com os alunos e pessoais que tornaram as tarefas muito mais enriquecedoras para a turma e para mim. Este registo foi importante para o presente, mas também o será no futuro porque tenho um registo escrito sobre as tarefas que trabalhámos na formação e o que eu senti em cada sessão, posteriormente o que trabalhei com a turma, o que correu bem e o que faria diferente. Esta reflexão é para mim muito importante porque é o momento de ajustar processos, questionar-me e desafiar-me a novas possibilidades. (Gilda Evangelista)
O Diário de Bordo, também conhecido como «caderno de campo», foi, posteriormente, «importado» para várias áreas disciplinares, como instrumento de registo diário, fixando planos, anotações, rascunhos, desenhos, esboços de ideias, reflexões, tudo o que pudesse surgir no decorrer do desenvolvimento de um projeto de trabalho. Também na formação «As Artes no Currículo: Encontros, Questionamentos e Possibil[Idades]», utilizámos o Diário de Bordo para percorrer este itinerário formativo, permitindo-nos perspetivar a formação como uma ação transformadora no nosso quotidiano educativo. À medida que a Ação se desenvolvia, desenhámos caminhos que entrecruzavam os conhecimentos que íamos adquirindo, com a planificação das nossas atividades no dia-a-dia, deixando autonomia a cada um, para, através dos seus registos fixar o trabalho que desenvolvia. Este modo de estar na formação, o mesmo será dizer de estar na prática do quotidiano letivo, permite refletir sobre o que faz e o que pode vir a fazer, alterando perspetivas, reformulando estratégias, para que a formação não seja, nem um ato isolado, nem um ato acabado, e acima de tudo, nos ajude a criar, desenvolver e manter a «necessidade de ter necessidade» por áreas que, muitas vezes, não estão nas agendas das preocupações educativas.
DEIXEMOS AGORA FALAR QUEM NESTE PROCESSO PARTICIPOU:
(…) Ao longo deste processo fui organizando o meu Diário de Bordo. Este instrumento foi muito importante para me ajudar a preparar as atividades, organizar momentos de reflexão em conjunto com os alunos e pessoais que tornaram as tarefas muito mais enriquecedoras para a turma e para mim. Este registo foi importante para o presente, mas também o será no futuro porque tenho um registo escrito sobre as tarefas que trabalhámos na formação e o que eu senti em cada sessão, posteriormente o que trabalhei com a turma, o que correu bem e o que faria diferente. Esta reflexão é para mim muito importante porque é o momento de ajustar processos, questionar-me e desafiar-me a novas possibilidades. (Gilda Evangelista)
(…) [N]o que diz respeito à elaboração de um Diário de Bordo, metodologia que representou uma novidade para mim e na qual reconheço inegável valor enquanto instrumento orientador, saliento a sua grande utilidade por ser um proporcionador da necessária reflexão sobre os momentos de ensino/ aprendizagem desenvolvidos e da melhoria da planificação das aprendizagens futuras a realizar pelos alunos. (Jorge Prata)
O «Diário de Bordo» serviu, para mim, como um recurso útil para o registo da minha prática educativa, de reflexão e foi até impulsionador de novas abordagens, contribuindo deste modo para o desenvolvimento da minha criatividade. Neste diário registei conhecimentos que adquiri na formação, que mais tarde poderei consultar para aplicar em aulas futuras. Também registei reflexões minhas que derivaram de vários fatores, tais como, as reações dos alunos, os resultados obtidos depois da aplicação de conhecimentos, ideias que poderia pôr em prática em aulas futuras, etc. Foi deste modo que o «Diário de Bordo» se tornou impulsionador de novas abordagens, pois a partir do que experimentei, vivi, observei e refleti pude criar e delinear novos caminhos e novas abordagens. Procurei criar aulas que, de um modo transversal, abordassem todas ou algumas das componentes do currículo que envolvem as artes (artes visuais, expressão dramática/teatro, música e dança). (…) Futuramente continuarei a construir «Diários de Bordo», pois são uma ferramenta de trabalho bastante útil e uma mais valia para o processo de ensino/aprendizagem. (Rita de Jesus)
Ao reler estes testemunhos, não pude deixar de me lembrar de uma afirmação de António Nóvoa no ano de 1991, à época proferida na Conferência «Formação Contínua de Professores – Realidades e Perspectivas», na Universidade de Aveiro e publicadas em livro (p.15-38) sob o mesmo título:
A formação deve estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, que forneça aos professores os meios de um pensamento autónomo e que facilite as dinâmicas de auto-formação participada. Estar em formação implica um investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e os projectos próprios, com vista à construção de uma identidade, que é também uma identidade profissional.
(Nóvoa,1991)