O Lugar às Ideias, por Augusto Viola ( março / abril 2021)
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Augusto Viola *
Agora que voltámos ao ensino presencial e que a esperança da normalidade está mais presente, é importante fazer uma breve apreciação do processo de ensino e de aprendizagem desta nova era educativa. Nova era, porque a pandemia deixou marcas na educação e nada é como antes.
Verificaram-se constrangimentos que se prendem com a distância física de todos os agentes educativos que perturbam a comunicação entre eles e que provocam as desigualdades no processo de ensino e de aprendizagem. Uns, com mais preparação e meios tecnológicos, conseguiram acompanhar este novo modelo e alguns alunos até melhoraram o seu aproveitamento, mas outros, infelizmente, ficaram para trás, neste processo.
Por outro lado, surgiram as oportunidades que resultaram do investimento no domínio das plataformas e aplicações que permitem o ensino e a aprendizagem à distância. Destaco sobretudo a formação entre pares, que permitiu que todo o processo se desenrolasse dentro da normalidade possível, e também a formação externa em que os docentes se envolveram para se atualizarem e poderem lecionar as suas aulas. Nunca, em tão pouco tempo, houve um tão grande investimento pessoal em formação e nunca, em tão pouco tempo, os docentes ficaram habilitados para assumirem o comando de vários modelos de ensino.
Também a formação estética e artística, realizada no âmbito do Programa Cultural do Agrupamento, tão importante para o desenvolvimento de novas práticas de ensino e de aprendizagem, à qual, apesar da sobrecarga de trabalho noutras áreas, os docentes não deixaram de dar resposta com a sua inscrição, frequência e aplicação no contexto do currículo das disciplinas é de grande relevo para o desenvolvimento do projeto Educativo do Agrupamento e do Plano Anual de Atividades. São os nossos alunos os principais beneficiários deste investimento e das novas práticas criativas e motivadoras.
“Há uma inteligência que só a arte nos dá e que é fundamental”, José Gil.
Destaco as residências artísticas, no 1.º ciclo, que têm tido uma participação extraordinária das nossas crianças e cujos trabalhos têm sido expostos nas escolas do Agrupamento, assim como as exposições de trabalhos de alunos que são orientados pelos professores que têm frequentado as formações promovidas no âmbito do Programa Cultural do Agrupamento, patentes no átrio da direção/serviços administrativos. Estas formações são financiadas pela Fundação AGHAN KHAN, à qual agradeço em meu nome, da equipa da direção e de toda a comunidade educativa, especialmente os alunos que têm oportunidade de experienciar novas formas de aprender a fazer e de fazer com atividades de expressão pessoal, motivadoras e muito envolventes. A Componente de Educação Artística no 2.º ciclo tem contribuído para esta consciencialização da aprendizagem.
O processo de ensino e de aprendizagem deve ser colaborativo e partilhado, em todas as suas dimensões, entre pares e entre alunos/professores. Se os alunos se sentirem envolvidos e participarem, sentem-se ativos e motivados para a aprendizagem.
As linguagens artísticas não diferenciam, promovem a equidade nos processos de aprendizagem e estabelecem nexos significantes para outras linguagens, desenvolvendo a aquisição das competências essenciais em todas as disciplinas.
*Diretor do Agrupamento Vertical de Escola de Almeida Garrett