Avançar para o conteúdo

INDIE JÚNIOR

No âmbito  do Festival IndieLisboa, secção IndieJúnior, a turma A do 9.º ano irá participar na iniciativa «EU PROGRAMO UM FESTIVAL DE CINEMA», que consiste no visionamento de várias curtas metragens na escola. O objetivo central desta atividade é dar oportunidade aos estudantes de contactar com universos cinematográficos, permitindo-lhes programar uma sessão especial para o Festival IndieJúnior 2021.
Para a concretização desta iniciativa, os organizadores do Festival estabeleceram o seguinte cronograma : 
  • Entre janeiro e fevereiro  
 Visionamento de curtas metragens: ficção, animação, documentário;
 Discussão sobre os aspetos estéticos e técnicos;
  • Março
Escolhas dos filmes a integrar na sessão de curtas metragens a competição  para público maior de  12 anos,  no IndieJúnior 2021;
  • Entre 29 de abril e 9 de maio
Presença dos estudantes em pelo menos uma sessão do IndieLisboa-Indiejúnior, para apresentação pública  da sessão por eles programada.
Tal como aludíamos no início deste Boletim: estamos sempre abertos e muito agradecemos aos que connosco querem « habitar». 
 

Agora partilhamos um texto criado por aluna do 9ºA, após desafio lançado pela Prof. Elvira, que pediu que se desse continuidade ao filme visionado numa das sessões.

A RAPARIGA DO RIO
Por Raquel Alves
9.º A
Estar ali com ela naquela pedra, que era bastante desconfortável por sinal, estava a remoê-lo por dentro. Ele queria bastante aquilo. Esteve o tempo todo a treinar e, agora, que poderia ser a hora exata, estava com receio. Queria provar para todos e para si próprio que era capaz. Por dentro pensava se seria parecido como o que treinou com seu braço… podia ser parecido ou bastante diferente, visto que seria uma outra boca e não um simples braço. Ele, por outro lado, não sabia se ela também o queria ou se ele estava só iludido de que o seu primeiro beijo fosse hoje.
A água do rio corria, o tempo passava e a sua respiração só se desregulava ainda mais… assim como o seu coração que estava na sua boca e poderia saltar a qualquer momento. Mas para que servia esta ansiedade toda se seria um simples beijo, ou talvez isso nem acontecesse? A sua mente estava prestes a entrar numa enorme explosão, teria de correr atrás do sim, pois o não já é certo. Mas esse era o grande problema: ele não queria levar um simples não! Pensou, pensou e pensou mais uma vez, mas decidiu esquecer essa ideia e levá-la a casa. A sua casa não era tão longe, mas também não era assim tão perto. O percurso até lá foi feito em total silêncio. Mas se eram poucas as palavras eram bastantes os pensamentos dentro da cabeça do rapaz.
Confuso era a palavra que o descrevia perfeitamente.
À porta da sua casa, a rapariga questionou o facto de ele ter ficado tão distante de repente. Aí sim, entrou em total desespero. Como falar para ela que o motivo era ela mesma? O silêncio reinou durante alguns segundos que mais pareciam horas… O silêncio não era um silêncio bom, não era aquele silêncio das pessoas que não precisam de palavras para comunicar, que se conhecem como ninguém, mas sim aquele silêncio desconfortável. Por isso, ela logo tratou de o cortar, perguntando, mais uma vez, o que tinha acontecido com ele. Mas ele nada disse. Inconformada, entrou em casa sem nada falar.
Agora sim, hoje não seria o dia do seu primeiro beijo.
O caminho da volta foi parecido com o da ida, em silêncio e cheio de pensamentos. A única diferença era que ele agora estava sozinho. Os pensamentos não eram nada mais nada menos do que a dúvida se fez a coisa acertada. Permanecer em silêncio com certeza não foi a melhor escolha, mas, se não o fizesse, o que iria falar? Que a queria beijar, mas que tinha medo por ser o seu primeiro beijo? Ou por ela não querer?
Nada fazia sentido.

Mas resolveu esquecer isso, era melhor, afinal nunca mais a iria ver na vida…