OS LUSÍADAS COMO NUNCA OS OUVIU
Na sequência das várias ações para crianças, jovens e adultos, o Agrupamento tem vindo a manter e a consolidar uma relação de proximidade com o TNDMII. Desta vez o desafio é ainda mais ambicioso, tal como nos conta um dos protagonistas. Deixamos-vos então com o texto de Tomás Patrocínio:
“OS LUSÍADAS COMO NUNCA OS OUVIU”
Sim, “Os Lusíadas como nunca os ouviu”, uma produção em curso coordenada pelo ator António Fonseca, que em boa hora decidiu abraçar o enorme desafio duma “falação” da magnífica obra de Camões. O propósito é o de no dia 26 de março, desde manhã, Os Lusíadas serem lidos no palco do Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII): os nove primeiros cantos ditos pelo ator António Fonseca e, lá pela noite, o canto décimo por um conjunto de cem pessoas no palco do teatro nacional. Essas pessoas são provenientes de várias instituições (empresas e escolas).
No âmbito da parceria estabelecida, por via do Programa Cultural do Agrupamento, entre o nosso agrupamento e o TNDMII fomos convidados a participar nessa “falação” do canto X.
Estão envolvidas voluntariamente neste processo dez pessoas do nosso agrupamento, de entre docentes e assistentes operacionais, cobrindo todos os ciclos e também vários grupos disciplinares.
Já tivemos várias sessões de trabalho com o ator António Fonseca, presenciais e a distância, e após distribuição das estrofes e dos versos pelas várias pessoas (coube-nos preparar as estrofes 39 a 49), temos feito treinos daquilo que cada um vai dizer.
Os desafios são múltiplos e estão a proporcionar experiências únicas para se vencerem as dificuldades de um texto de época e muito erudito. Estão em campo inúmeras aprendizagens técnicas e artísticas. Desde logo a leitura das palavras “difíceis” decorrentes dessa circunstância. Depois a forma de leitura, as pausas, as entoações, as ênfases nos momentos certos, a dicção, as falas a pares ou em coro, para além das individuais. Bastante significativa e estruturante é a aprendizagem da exposição pessoal de cada pessoa porque para quem vai subir a palco a autoconfiança é fundamental e quase todos o irão fazer pela primeira vez. Estamos todos num processo de “aprender fazendo”, certamente a melhor metodologia de aprendizagem, mostrando que todos somos capazes de concretizar coisas que nos parecem menos possíveis.
Por tudo isto, a vivência que estamos a ter evidencia o quão trabalhoso é este projeto, mas evidencia igualmente o entusiasmo, o empenho, o desejo de superação dos participantes. Sim, é visível o prazer individual de cada um no divertimento dos treinos/ensaios, onde emerge também cumplicidade e solidariedade.
Luís Vaz de Camões merece todo o nosso envolvimento para tentarmos fazer brilhar o seu talento!