Aprendi a não ter receio de arriscar...
(Originalmente publicado em julho 2022)
APRENDI A NÃO TER RECEIO DE ARRISCAR…
” (…) Como demos nota na última edição, foi concluída mais uma etapa do percurso formativo, iniciado em 2019, com as Ações: as «Aprendizagens Essenciais na Educação Artística», destinado aos docentes da Educação Pré-escolar e do 1º ciclo e «As Artes no Currículo: Um Cruzamento de Saberes», frequentada pelos docentes 2.º e 3.º ciclos, no âmbito das ações desenvolvidas no eixo de intervenção – Formação em contexto de trabalho- , inscrito no Programa Cultural de Agrupamento – Liberdade para Criar.
Procurou-se, por um lado, continuar a aprofundar os conhecimentos nas diferentes áreas da educação artística para todos os docentes, e, por outro, experimentar metodologias que procuraram ensaiar o desenvolvimento de cruzamentos disciplinares, através dos quais se estabeleçam relações entre os saberes, sem que esteja pré-estabelecida qualquer hierarquia de uns em relação aos outros.
Em jeito de balanço, e da análise de conteúdo dos testemunhos dos docentes que participaram nas formações durante este ano letivo, partilhamos as dimensões que estes consideraram mais importantes para o seu desenvolvimento pessoal e profissional, a saber:
a) Representações sobre a educação artística – A conceção das artes como áreas do conhecimento, fundadas uma visão plural e interrogativa, que transcendem a própria área estrita dos saberes artísticos, em detrimento de uma lógica mimética, enquanto ilustração de temas, de dias festivos, ou das artes como «auxiliares» das áreas do currículo consideradas «mais importantes»;
«(…) Destaco um conjunto de aprendizagens que certamente se vão revelar no nosso dia a dia: estima da liberdade para criar e da importância do diálogo e das interações na construção dos conhecimentos e evolução das aprendizagens; o significado de sensibilidade estética e o valor da apreciação crítica e pistas para que consigamos o seu desenvolvimento nas crianças, com êxito.
Tornámo-nos pessoas mais atentas e conhecedoras e, sem dúvida, teremos mais cuidado na preparação das experiências de aprendizagem que, no futuro, vamos proporcionar aos alunos; aprendi a não ter receio de arriscar.(Rita Cardoso, 20 de julho, 2022). (
COMO SE PINTA UMA TELA EM BRANCO?
Tudo começou por uma história. Mas uma história que NÃO começa por « Era uma vez». Sim, foram várias as sessões integradas nas Residências Artísticas de Cinema de Animação com quatro turmas: duas, do 2.º ano da EB1/JI de Alfragide, sob a responsabilidade dos docentes Jorge Prata e Raquel Velez, e as outras duas, do 3.º ano, da EB1/JI da Quinta Grande, da responsabilidade de Ana Reis e Natália Machado.
Pedimos a um menino para nos contar, de forma muito resumida, como tudo aconteceu na sua sala.
É com a sua voz que vos deixamos…
– Primeiro, viajámos pela História do Cinema de Animação, com projeção de alguns filmes animados, desde os anos 20 do séc. passado, que o António nos mostrou.
Divertimo-nos e ficámos a conhecer como foram feitos os primeiros «desenhos animados».
No dia seguinte, ouvimos uma história e tentámos compreendê-la, através da conversa que tivemos em conjunto: os meus colegas, os professores e o António e a Elisa. Depois, dividimos a história em cenas e fizemos uma votação sobre a que mais gostaríamos de mostrar e contar num filme de animação. No nosso caso, escolhemos aquela cena em que o filho pergunta ao pai: «Como se pinta uma tela branca?».
Dois dias depois, construímos as personagens e os cenários com argila e com plasticina de várias cores. Mas é difícil… pensámos que era mais fácil…, mas adorámos.
– Já estão cansados? Ainda falta contar-vos muitas coisas…
– Demos vida aos nossos bonecos … Como?
– Depois explico melhor, pediram-me um resumo e já tive de deixar tantas coisas por dizer. Também fizemos o trabalho das vozes dos animais, dos sons do vento, da água, a locução das falas da nossa história, sim, porque agora é a nossa história que cabe dentro da outra história que NÃO começa por: Era uma vez.
Mais tarde, o António gravou-nos a cantar como os pássaros, a coaxar como as rãs…. Tivemos de gravar os sons da água a correr num rio, do vento a fazer cair as folhas das árvores e nós a pisarmo-las e, também, as falas do menino e do pai.
Repetimos tantas vezes… não imaginávamos que era assim. É um trabalho muito demorado!
O António reuniu o material todo: imagens, sons e depois teve de fazer a montagem da cena que selecionámos.
Ainda conseguimos partilhar com os pais no dia 4 de julho, às 17:30h, mas como já não havia tempo de fazer a montagem e realizar todos os filmes, não apresentamos aqui o nosso filme. Será em setembro, prometemos.
Boas férias e bons filmes.