ENCONTRAR O NORTE
ENCONTRAR O NORTE
O Complemento à Educação Artística (CEA), desenvolve-se em dez turmas do 5.º e 6.º anos e constitui um espaço no qual existe a oportunidade de tomar contacto com múltiplas experiências culturais, cruzando o mundo das Artes e das Ciências.
Implementado há três anos, o CEA abrange diversas áreas, num esforço cada vez mais consolidado, em efetivar diferentes cruzamentos disciplinares, envolvendo, este ano letivo, as áreas de: Fotografia, Curadoria, Cartografia, Música, Teatro, Artes Visuais, Rádio e uma área intitulada: «A(s) Cidade(s) como Laboratório(s) de Aprendizagem».
Trata-se, sobretudo, de, por um lado, entender o valor da educação artística enquanto espaço de interrogação e de criação e não como uma mimetização do que as crianças já conhecem; por outro, compreender a importância da intencionalidade e da sistematicidade das ações, para um melhor entendimento da relação das artes com o trabalho diário, como em qualquer outra área, e não como um produto de “inspiração”.
É, neste sentido, que as nossas viagens se vão construindo de múltiplos caminhos, onde podemos saber onde nos encontramos e o que fazer quando nos perdemos! É com o estudo dos mapas e de outros meios de orientação (ex. bússola) que podemos «ENCONTRAR O NORTE», mesmo que seja através de experimentações plásticas, tal como o fizemos, aliando, assim, conhecimentos de cartografia e de artes visuais.
Entrámos em museus portugueses e estrangeiros, com um pé cá, outro lá, aliando as possibilidades de aprender «entre espaços»: físico e digital. Com a fluidez dos nossos olhares podemos observar o modo como estão expostas as obras. Já estivemos na Fundação Calouste Gulbenkian; no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, no Museu Coleção Berardo; na Petite Galerie-Louvre (Paris); Museu Van Gogh e no Rijksmuseum (Amesterdão); no Teatro-Museu Dalí (Espanha), entre outros.
Estamos a aprender diferentes maneiras de expor objetos (é um dos exercícios que fizemos nas aulas de curadoria).
Viajámos pelas «Cidades Invisíveis» de Ítalo Calvino e construímos formas de representação diferenciada de cidades imaginadas, quer através da pintura e desenho, quer através de representação gráfica em mapas concetuais, através dos quais imaginamos outras formas de cidades: as nossas.
Temos olhado para o céu e para a terra e, muito atentos ao que está em nosso redor, fotografamos a água nos seus vários estados. Partilharemos brevemente as nossas fotografias.
Temos vindo a experimentar o gosto pelo canto nas sessões de música e, muito em breve, iremos partilhar três canções que já aprendemos: «A moda da Rita»; «Barqueiro»; «Bastiana», uma canção tradicional macaense.
Em preparação está um debate sobre a «cultura e as artes» na área da Rádio para possível difusão através da rádio da escola.
E, de viagem em viagem, andámos «à volta» do Teatro, com jogos de objetos conhecidos e desconhecidos, com exercícios de voz e postura. Ficámos a saber o quanto é difícil comunicar e que existem regras para fazer uma «Apresentação».
Desta vez, vamos dar a palavra à Ana Rita do 6.ºE, para que nos conte o que temos feito na área do Teatro:
“Nestas aulas do CEA, uma disciplina que nos ajuda a conhecer melhor a arte, temos realizado diversas atividades que nos têm auxiliado a desenvolver a nossa imaginação e a aprender alguns conhecimentos de representação.”
Começámos por alterar a planta da sala, trabalhando em equipa, e, no decorrer da aula, (…) conhecemos alguns comportamentos importantes durante a representação, como projetar bem a voz e demonstrar corretamente as expressões faciais, de acordo com a cena.
Realizámos também um exercício em que apresentamos um dos nossos colegas e vice-versa, onde podemos aplicar algumas técnicas, aprendidas anteriormente.
Nas aulas seguintes, realizámos exercícios que consistiram em descobrir em que podíamos “transformar”, uma régua, um objeto circular, sem emitir qualquer som e, em seguida, apenas emitindo o som do objeto. (…)
Na reflexão que fizemos das aulas, observámos que é difícil descobrir de que objeto se tratava, apenas ouvindo o som do mesmo, e alguns de nós repararam estar mais criativos no dia-a-dia. Concluímos também que devemos ajudar-nos mais ao trabalhar em equipa.
Estas sessões têm sido divertidas, calmas e criativas.
Agora estamos numa nova fase, estamos a trabalhar a peça do escritor Afonso Cruz: «A Cruzada das Crianças». Muito em breve, dar-vos-emos notícias…