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O Lugar às Ideias, por Adélia Morais

A FORMAÇÃO E OS CONTEXTOS DE TRABALHO: 
«SAIR DA ZONA DE CONFORTO»
 
POR
Adélia Morais*
 
Há cinco anos que temos estado envolvidos em ações de formação, no âmbito da educação artística destinadas aos docentes do agrupamento: CuradoriaFotografiaDocumentário, as Artes no Currículo e este ano já iniciámos «A(s) Cidade(s) como Laboratório(s) de Aprendizagem». 
Todo este percurso formativo tem permitido ficar a conhecer novos conceitos, abordagens práticas diferentes e enquadramentos teóricos que fazem com que, não só os docentes adquiram e melhorem os seus conhecimentos, mas também que os utilizem de forma original ou diferente, com os alunos. A transversalidade das diversas artes, aliada a todas as áreas de ensino, tem permitido que trabalhemos em contexto de sala de aula, independentemente da sua área de estudo, pois vamos adquirindo «modos de ver e de fazer» baseados em metodologias diversas, enfatizando o aprender a ver, a refletir, a experimentar, possibilitando, assim, trabalhar de um modo menos «convencional» e sem ideias pré-concebidas. 
Além destes aspetos, há também a relevar a questão das relações interpessoais entre docentes de diferentes escolas do Agrupamento – do pré-escolar ao 3.º ciclo – que de outra forma mais dificilmente poderiam partilhar experiências e conhecimentos, pois, no dia-a-dia não se cruzam no mesmo espaço físico. As formações são, pois, facilitadoras da partilha e da interajuda entre os seus participantes, fazendo com que esta partilha facilite processos de criação (o à-vontade entre os pares faz com que mais facilmente se verbalize, se partilhe e se experimente, sem receio de falhar), produzindo motivação, desenvolvimento científico, cultural e pessoal de todos os participantes.
“Sair da zona de conforto” fruto destas experiências adquiridas e de formas diferentes de pensar, que saem um pouco da lógica muitas vezes instituída, são fundamentais no crescimento dos docentes enquanto elementos fundamentais do sistema de ensino, mas também das crianças e dos jovens, que acabam por receber, de forma mais direta ou indireta, muito desse conhecimento, através dessas perspetivas novas e diversas. A formação torna-se, então, um meio de transformação da educação, levantando questões e procurando novas soluções, não sendo apenas o apreender de determinado conjunto de conhecimentos fechados em si mesmos, de carácter mais ou menos obrigatório.
E, é desta forma que vão acontecendo as ações de formação que por aqui se desenvolvem, e esta é a minha forma de as vivenciar.  

 
*docente de Educação Tecnológica