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«A VER VAMOS», MESMO QUE AS SERPENTES MATEM…

Cartaz "THE RIVER", Programa "A Ver Vamos" (pormenor).
No âmbito do Programa Cultural do Agrupamento, criámos o subprograma: «A VER VAMOS», que pretende convidar docentes e demais colaboradores do agrupamento a contactar com diferentes manifestações culturais, num exercício de formação informal para todos quantos queiram participar.  
Neste sentido, desde o inicio do ano, um grupo de docentes teve oportunidade de ver no Centro Cultural de Belém a exposição intitulada: «Dos Pés à Cabeça», exposição que nos leva ao mundo da representação do corpo humano pela mão de alguns artistas e, essencialmente, leva-nos a refletir o modo como encaramos esta temática no ensino, seja dos pontos de vista artístico, cientifico ou técnico. Foi uma oportunidade para querermos saber mais sobre o que vimos. 
Do museu ao Cinema foram dois passos, aliás, o cinema veio até nós. Amavelmente, a Cinemateca – Museu do Cinema, veio ao Auditório da Santa Casa da Misericórdia da Amadora, exibir o filme «The River», de Jean Renoir. 
 
Ao recordar as horas daquela tarde, vêm-nos à memória um rio, o rio Ganges, um dos maiores rios do mundo, que tanto pode ser um caudal de águas serenas, como a vida que vivemos, num fluxo constante.
Adaptado do romance homónimo de Rumer Godden, apresenta a vida de uma família inglesa na região de Calcutá. O filme, inteiramente filmado na Índia, está imbuído de uma «espiritualidade assombrosamente serena, cuja “ação” se resume ao facto de nascer, morrer e amar pela primeira vez, com os traços tão profundos dessa outra cultura (…). 
Sabemos que «Tudo isto vem de outro tempo. De outros tempos. Cinematográficos. Literários. Políticos. Coloniais. De tempos com tempo. De tempos de memória. De memórias. Memórias da história e de estórias (…)[1]». 
Mas imagens ficam. Sejam elas das vacas que se movem sem pressa, dos tecidos, que tomam novas cores pelo brilho do sol, dos óleos perfumados que inundam o olhar de quem espera por amores perdidos, do encantador de serpentes, que nos fascina e nos impele para a sedução do desconhecido. 
Mas há uma imagem que fica: AS SERPENTES MATAM. 
A crueldade não se consegue evitar… 
E, há também uma pergunta que teremos sempre na memória: Como é que num filme cabe a vida toda? 
 
Queremos muito agradecer à Neva Cerantola da Cinemateca- Museu do Cinema e à Santa Casa da Misericórdia da Amadora, – sempre pronta a abrir-nos as portas-,   por nos terem possibilitado esta viagem até à Índia e até ao Rio