ELE NÃO É SÍMBOLO DE NENHUMA CORRENTE...ELE É STUART...
A propósito do trabalho que temos desenvolvido sobre a Banda Desenhada, como demos nota atrás, queremos partilhar convosco, um extrato de Programa – Reportagem, da RTP ENSINA, de 2015, sobre Stuart Carvalhais e as suas personagens mais famosas, dois miúdos traquinas: Quim e Manecas, sempre acompanhados pelo seu cão Piloto.
José Herculano Stuart Torrie d’Almeida Carvalhais (1887- 1961), caricaturista, humorista, ilustrador, cenógrafo, fotógrafo, pintor e autor de banda desenhada. Primeiro autor a usar balões na Europa. Nas palavras de Nuno Saraiva, Ilustrador, Stuart Carvalhais é considerado o percursor da ilustração editorial.
Neste excerto da reportagem, Paulo Paiva Boléo, um dos maiores conhecedores da sua obra, sublinha a sua enorme relevância na Banda Desenhada portuguesa, principalmente pela série Quim e Manecas, que começou em 1915 e se prolongou por durante 49 anos seguidos, tendo assumido um estatuto de heróis, segundo o mesmo especialista, (…) «porque trazem novidade, qualidade gráfica, são expressivos, inventivos, as histórias têm ritmo e um texto cuidado, da autoria do poeta Acácio de Paiva.
Consideradas como um marco que revolucionou a história da Banda desenhada em Portugal, as aventuras de Quim e Manecas traduziram «os tempos agitados que se viviam no país, com as lutas entre monárquicos e republicanos, e no mundo que inaugurava o século XX com uma Primeira Grande Guerra».
Embora integrado numa linha modernista, «a mestria de traço de Stuart permite-lhe variar os registos, evidenciando sobretudo o manifesto desejo de liberdade criativa, nutrido por enorme apetência experimental». João Paulo Boléo, salienta o seu realismo estilizado, que embora dentro de uma linha modernista, possuiu sempre «um toque de pormenor». Concluiu que: ELE NÃO É SÍMBOLO DE NENHUMA CORRENTE, PORQUE ELE É STUART.
Que um dia reprovou a desenho na prova de admissão ao liceu de Évora.
Ainda a propósito, não deixem também de ver a exposição: 100 anos de revistas de Banda Desenhada em Portugal, patente na Biblioteca Nacional, até dia 29 de março, na Galeria – piso 1. A entrada é livre.
Explora o percurso da edição de histórias em quadradinhos em Portugal, iniciado com ABC-zinho, a primeira revista portuguesa de banda desenhada, publicada entre 1921 e 1932.
Podem ver o vídeo da RTP Ensina clicando na imagem acima, ou neste link. Se quiserem saber mais podem clicar aqui.
E também ler a folha de sala que aqui vos deixamos, abaixo (clicável).