O Lugar às Ideias, por Teresa Pessoa (janeiro 2022)
QUANDO A FORMAÇÃO NOS TRANSFORMA
por
Teresa Pessoa*
A importância da formação nas diversas Artes para os docentes veio trazer uma nova forma de abordagem das orientações curriculares para a educação pré-escolar e para o currículo em geral. O sentido desta abordagem poderá despertar nas crianças/alunos outras experiências, vivências e principalmente outra maneira de desenvolver as suas capacidades.
Esta maneira de encarar a formação em Artes leva os alunos/crianças a questionar, estimular o pensamento crítico, a pensar, proporcionando a sistematização e consolidação dos conceitos, para que a aprendizagem seja potenciadora do sucesso a todos os níveis.
Fazer formação “só por fazer”, não é o objetivo do Programa Cultural do Agrupamento, o qual pretende essencialmente pôr toda a comunidade escolar a pensar, a ver, a sentir, a explorar e a transmitir aos alunos que é possível aprender de diversas formas e com recurso a diferentes “caminhos”.
As áreas trabalhadas em contexto de trabalho e ao longo do ano vêm trazer uma “lufada de ar fresco”, ajudando a estimular, a potenciar e não estagnar perante os desafios diários da educação.
Centrada numa perspetiva de partilha de conhecimento, a formação inspira os formandos a pôr em prática com os principais “atores” (crianças/alunos), tomando consciência uns e outros, que esta abordagem faz toda a diferença e é extremamente gratificante.
A formação que os docentes deste Agrupamento têm oportunidade de realizar, vem proporcionar um conjunto de saberes e instrumentos pedagógico–artísticos e ainda oportunidades de experimentar, observar e sentir que a mudança de paradigma resulta da consciência de que é necessário estar aberto à mudança, para que a aprendizagem seja mútua entre docente e alunos. Poder-se-á dizer que veio abrir um caminho sem retorno e com objetivos muito bem estruturados, com formadores muito experientes e principalmente com atividades inovadoras onde a participação ativa dos alunos é realmente o mais importante.
Consideramos que é um caminho sem retorno por o objetivo principal ser o de proporcionar uma abertura de horizontes, para que os docentes estejam abertos à inovação, tenham vontade de experimentar novas abordagens com os seus alunos, pois existem tantas e tantas maneiras de aprender: sair da sala de aula, fazer visitas de estudo, ir ao Teatro, a Museus entre tantas outras. Existe uma imensidade de oportunidades que estão ao nosso alcance na área Metropolitana de Lisboa.
Por vezes sentimos que a formação tem apenas o objetivo de progressão na carreira, mas este sentimento mudou com o Programa Cultural do Agrupamento, com os docentes a aderirem às diversas ações de formação que foram propostas, muitos deles sem necessitarem de quaisquer créditos.
A escola mudou e o resultado é visível, os alunos que são os principais beneficiários desta “reviravolta” demonstram empenho e entusiasmo nas atividades inovadoras que lhes são propostas. Em suma, julgamos que os docentes sentem que nada é garantido e “estanque”, tudo se pode “ver de outra maneira”, e que ensinar deve mobilizar novas estratégias e recursos, possibilitando novas formas de aprender para todos.
*Adjunta da Direção