MUSEU - MEU
MUSEU – MEU
O cruzamento de saberes constitui-se como um dos objetivos no desenvolvimento do Complemento de Educação Artística (CEA), que, como já demos nota, em outras edições, está em desenvolvimento em dez turmas do 2.º ciclo.
Colocar as crianças perante saberes de várias áreas disciplinares tem sido um desafio para crianças e docentes.
É sobre a formalização prática de um dos trabalhos realizados por três turmas (uma do 5.º e duas do 6.º), sob a responsabilidade das docentes Andreia Paixão, Fátima Veleda e Lucília Carneiro, que deixamos um breve apontamento.
A proposta iniciou-se com ideia de “coleção”, cuja materialização resultou na construção de um «Museu Portátil» e, a partir desse conceito, traçámos muitas linhas em várias direções, que, ao longo do processo, se separaram, sobrepuseram ou entrecruzaram, buscando outros saberes presentes na História, na Geografia, nas Artes Visuais, na Matemática, no Português, entre outros. Começamos a busca a partir da ideia de «Museu Portátil» e sublinhámos Marcel Duchamp (1887-1968), que, em 1936, inicia a realização de um «Museu Portátil» que reproduzia o seu percurso artístico, passando por outros apontamentos históricos, como, por exemplo, os «Gabinets de Curiosités» e os «Museus Imaginários» de André Malraux. Percorremos as nossas memórias e, em grupo, fomos à procura de temáticas sobre as quais queríamos aprender, esboçando, de seguida, o desenho do projeto do nosso «Museu Portátil». Envolvemos os nossos familiares para arranjarmos uma «mala» e várias coleções de objetos.
Fomos conhecer os museus, uns, no plano físico, outros, através de visitas virtuais. Observámos diferentes ideias e modos de expor.
Experimentámos diversas formas de organizar os objetos que tínhamos selecionado na nossa «mala», que se haveria de transformar em museu portátil.
«Curámos», ou cuidámos os museus com muito entusiasmo: colocámos os objetos nas malas, explorando o espaço e combinando-os da melhor maneira para que, através destas combinações de objetos no espaço, pudéssemos chegar às nossas composições, realçando a importância que todos eles têm na composição.
Gradualmente, fomos chegando à conclusão de que quanto mais observávamos e falávamos, em grupo, mais clareza e fluidez ganhavam as nossas ideias, processo este que se revelou extremamente importante para a concretização deste trabalho, que para nós foi inédito. Podemos agora dizer que todos nós contribuímos para a «construção» de um MUSEU.
Também foi muito importante sentirmos que nós, os professores e os pais tínhamos formado um grupo. Foi um verdadeiro trabalho de colaboração entre todos.





