QUANDO O VAZIO ACONTECE...
Estamos no início de montagem de uma nova exposição, denominada: «Os heróis e os vilões na banda desenhada», que está a ser concretizada em colaboração com as crianças das turmas do 6.º, turmas B e C, que, ao longo destes dois anos, têm vindo a aprender diferentes maneiras de expor os seus trabalhos.
Neste caso, o que estamos a expor, em conjunto, são livros de banda desenhada, gentilmente emprestados pelo docente Augusto Magalhães , grande colecionador de banda desenhada.
Trata-se de tomar como objeto de exposição, livros e revistas de banda desenhada.
Estamos mesmo no início. Já aprendemos a história da banda desenhada. Ainda temos muito que fazer, especialmente, falar e refletir sobre o que é um herói ou um vilão, afinal, as exposições servem também para nos porem a pensar sobre aquilo que muitas vezes nos é dado como adquirido.
O que é um herói? E um vilão?
Sobre isso contamos-vos tudo na próxima edição.
Hoje queremos falar mesmo é de outro assunto: a importância dos espaços vazios na escola, espaços libertos de estímulos que condicionem os nossos sentidos, e impedem, por vezes, de podermos ver e pensar noutras realidades.
Apesar de, por definição não existir espaço vazio, seja ele considerado através das terminologias da astronomia, da física, da filosofia, quer seja percecionado por cada um de nós, no dia a dia, quisemos, intencionalmente, libertar os nossos olhos e os de quem por ali passa, de visibilidades preenchidas de pinturas, desenhos, colagens e de objetos, que normalmente estão expostos naquele espaço.
Não sabemos se provocou alguma estranheza o facto de, desde setembro, aquele sítio estar de paredes completamente vazias.
Pela nossa parte sentimos um desejo de vazio, de olhar as paredes brancas e deixar o nosso olhar voar para outras direções, perdermo-nos, levados por ideias e desejos de respirar um certo vazio. Suspender a azáfama com que as imagens nos encantam e deixar que o vazio se abra para «fabricar» outros espaços de pensamentos e outros lugares de acontecimentos, afinal é dele que se fazem as formas.