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NAQUELA "ASSEMBLEIA-TEATRO"...

Bilhete para a peça "Peço a Palavra", de Teresa Coutinho. Edição de António Limpo.
(originalmente publicado no boletim de setembro/outubro 2023)

Em «Peço a Palavra» éramos muitos, digo éramos, porque as crianças que enchiam a sala do Teatro LU.CA eram levadas a fazer parte daquele parlamento, onde o debate do dia incidia sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Tal como é afirmado na folha de sala do espetáculo: a partir do artigo 1: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, e, é a partir desta universalidade do discurso que se debatem as singularidades de cada um, no fundo: o direito a “sermos quem quisermos ser”

Mas como se formalizam e operacionalizam os discursos na vida de todos nós, neste caso dos adolescentes? O que fazem os políticos?   E o que fizeram à sua vontade  de mudança dos seus tempos de adolescentes?  O que foi feito da força de todos nós?  O que foi feito da  força  de  mudar o mundo? 
O que foi feito  da «vontade de mudança, quando ocupamos lugares de poder?»
 
Seduzidos pelas luzes que desenhavam momentos marcantes  destas interrogações  e imbuídos  pela projeção, em tempo real, de cada personagem que dizia o que não fazia à vista de todos nós, as crianças deixaram-se viajar, por vezes, em sobressalto, pelo presente dos seus dias,  naquela «Assembleia -Teatro».
 
Estava um dia chuvoso. Mas a vontade de ir ao Teatro era muita.  E nada demoveu os professores e as crianças  das turmas A e C do 5.º ano de irem assistir e participar com quem ajuda a aprender a  «Pedir a Palavra».   
 
Criação e Texto Teresa Coutinho
Fotos de Fernando Duarte. Still Movimentos DOC_(ao centro, à direita).