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UMA OUTRA FORMA DE OLHAR

Museu da Inocência ( pormenor ). Foto de Arts and Culture, Google.

UMA OUTRA FORMA DE OLHAR
 
Partilhamos convosco algumas notas sobre o balanço da Formação «Curadoria e Pedagogia», realizada ao longo deste ano letivo. 
De um modo sucinto, este percurso resume-se nas viagens feitas através da História da Curadoria, pontuada pelas circunstâncias sociais e políticas, que se viviam no mundo, e das atividades práticas que a ajudaram a compreender, sem esquecer ainda a mais-valia da leitura de «O Museu da Inocência», de Orham Pamuk, desafiando-nos a pensar nas repercussões da Curadoria para a Pedagogia. 
A conversa foi longa e proveitosa e o sentimento de prazer resplandecia nos nossos rostos, numa afirmação clara que tinha valido a pena para todos: professores, formadora e para as crianças. 
Num clima de alegria, cada um(a) foi enumerando as principais razões pelas quais se considerava uma mais-valia para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. 
Foram partilhadas várias ideias, relacionadas, por um lado, com os conhecimentos apreendidos e modos de fazer e de ver as artes, e, por outro, a articulação entre ciclos e o clima vivenciado nas sessões. De um modo breve, destacamos as razões que nos parecem mais pertinentes:  
– Os conhecimentos apreendidos e a relevância das temáticas, por permitirem desenvolver outras abordagens sobre as artes  e encarar novos desafios de trabalho com os alunos; 
– O papel da diversificação dos materiais e a importância de conceções teórico-práticas para exercitar em contexto escolar  outras formas de «dar a ver», bem como os cuidados  técnicos que são necessários  para a montagem das Exposições e Mostras, sem esquecer todo o processo de elaboração dos trabalhos com os alunos; 
– A atenção a metodologias que imprimam experiências enriquecedoras e enfatizem  e conjuguem o »ver», o pensar e experimentar criar, mobilizando  o que ainda «não é conhecido  e não se vê tão regularmente»; 
– A articulação entre os ciclos, por possibilitar trabalhar com todos os alunos das diferentes escolas do agrupamento  e permitir  também um contacto mais estreito entre os docentes dos vários  níveis de ensino; 
– A importância da formação estar ligada à “vida” do Agrupamento e mobilizar os docentes  «(…) para outras sessões, propostas, iniciativas e projetos em desenvolvimento no âmbito do Programa Cultural do Agrupamento e a preocupação presente na criação de um sentimento de pertença e de união»; 
– O clima agradável vivido, pelo prazer, pelo convívio, pela simplicidade do grupo e pelo gosto em recordar;  
E, por último, foi apontada uma razão extremamente importante, a qual se transcreve: «Tornei-me mais atenta, desarrumou-me, baralhou-me, confundiu-me, saí da minha zona de conforto, mas foi importante  conhecer perspetivas diferentes. (…) Não olho para as coisas da mesma maneira, tenho uma outra forma de olhar para as artes.   
E, a propósito desta última  razão, recordamos Kafka (1883-1924) quando diz : Se o livro que lemos não nos acorda como um murro na cabeça, para que os lemos

Trabalho integrado na Exposição (A)Terra nos cheiros (pormenor). Prof. Adélia Morais, com a turma do 8.ºB. Fotografia de António Limpo.