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COMO SE MANIFESTA A CULTURA NA ESCOLA

Trabalho de Camila (6.ºD). Fotografia de António Limpo.

Como demos nota no início do ano, o Complemento à Educação Artística (CEA), integrou, este ano letivo, o 3.º ciclo, com as áreas de Cinema, Fotografia, O Corpo nas Artes, Cartografia e Teatro, tendo sido mantidas no 2.º ciclo as áreas de Curadoria, Fotografia, Rádio, Música, Teatro, A(s) Cidade(s) como Laboratório(s) de Aprendizagem.
Com o reforço neste ciclo de ensino, possibilitou-se aa vivência e a experimentação de diferentes universos e circunstâncias culturais, na linha de orientação que este Agrupamento tem vindo a prosseguir em consonância com as finalidades do Programa Cultural de Agrupamento: Liberdade para Criar.
Ao longo do ano, foram trabalhados, de um modo sistemático e intencional, os conteúdos integrados nos programas elaborados para cada uma das áreas, que foram partilhados com a comunidade educativa em diferentes ocasiões, através de Exposições, Apresentações públicas de canto ou de Teatro, entre outras.
Especialmente, quisemos continuar a afirmar a valorização das artes como uma área do conhecimento, igual às demais áreas do currículo, bem como incentivar a dimensão estética da educação através da apropriação e experimentação dos conceitos das várias formas de arte no sentido de entender a relação das artes com o trabalho diário e não como um produto de «inspiração».[1] 
Assim, as turmas de fotografia foram levadas olhar para realidades-outras das imagens, onde se conjugam e mobilizam uma diversidade de olhares que captam os instantes de realidades reinterpretadas à luz do que se sabe, do que se pensa e do que então se foi aprendendo…


[1] Marques, Elisa. 2023
Fotografias de Diana (esquerda) e Santiago (direita).
Fotografias de Lara Teixeira (exterior), 8.º ano (à esquerda) e Maria M. (interior), 9.º ano (à direita).

Tal como nas turmas de fotografia, as turmas de Teatro foram ao longo do ano, aprendendo, através da experimentação de vários exercícios os elementos / conceitos da linguagem teatral, que, progressivamente, foram integrando nas peças de teatro que foram levadas à cena, para  o 7.º ano, como Momento de avaliação, e para o 5.º Ano,  na escola sede ,no final de junho, como partilha com as suas famílias. 

Na opinião dos alunos, esta área, ajudou-os a aprender a representar e a sentirem-se melhor em palco, a projetar a voz e a ganhar mais movimentos. Essencialmente, acham que fizeram coisas diferentes e com uma maior liberdade. 

Fotografia de Elvira Zanatti (à esquerda) e Rita Silvério (à direita e em baixo).
25 de Abril (EB2/3 Almeida Garrett). Fotografia de António Limpo.

Na música, durante o ano letivo,  os alunos realizaram, na maioria das aulas, prática vocal, com incidência na música de raiz tradicional portuguesa e da lusofonia. Fizeram uma preparação específica para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, com músicas específicas da época».  

Ao longo do ano, foram aprendendo como se fazem gravações de notícias, de entrevistas e reportagens, na área da Radio, escolhendo para o desenvolvimento dos seus trabalhos, a área cultural da escola. Tiveram ainda oportunidade de estudar a história da Rádio em Portugal, e surpreenderam-se quando souberam que, no dia 25 de Abril de 1974, «um grupo de militares ocupou os estúdios Rádio Clube Português em Lisboa durante a madrugada, transformando-o no Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas».   
Gostaram, especialmente, como foi possível verificar nos questionários de avaliação, de fazer gravações para realizarem «blocos de notícias» e de realizar a entrevista à professora Fátima Veleda sobre a área de Curadoria do CEA.  

Fotografia de Iolanda Carvalho.

Depois de várias sessões dedicadas aos trabalhos de fotografias e de desenho   sobre sombras, no âmbito da temática da orientação geográfica e das cidades, a turma do 8.ºE, desenvolveu trabalhos sobre a Assemblage, estudando, para o efeito, o significado e a história do conceito. Posteriormente, exercitaram o conceito através de composições com caixas e mapas e outros elementos que iam colando, justapondo e sobrepondo. Mais tarde, estes trabalhos deram origem a uma exposição coletiva que esteve patente na EB1/JI de Alfragide.  

Foi um trabalho que estes jovens gostaram muito de fazer.  

In https://aegis-education.com/lumiere-irmaos/

Também a História do Cinema interessou os alunos dos 8.º e 9.º anos, a par com o visionamento de  excertos de filmes sobre os primórdios do Cinema. Basicamente, nas aulas de cinema tiveram lugar a aprendizagem dos elementos da comunicação cinematográfica, trabalhada a partir do visionamento de filmes de vários géneros. 

Fotografia de E.M e Rodolfo Aparício.

O «Corpo nas Artes» foi uma área que, essencialmente, cruzou as Artes Visuais e a DançaAo longo do tempo, trabalhámos os conceitos de corpo, movimento, espaço, tempo, efemeridade, abstrato, figurativo, ondulante, moderno, contemporâneo, entre outros, através de experimentações performáticas que englobaram algumas «frases» de dança e experimentações plásticas. Tiveram oportunidade de contactar com um repertório de ideias, de materiais que os levaram a criar mundos diferentes daqueles que estão habituados e a desafiar as suas capacidades imaginativas. 

Fotografia de E.M e Rodolfo Aparício.
Fotografias de António Limpo.
Fotografias de Lucília Carneiro.

Após as visitas aos museus digitais e do registo gráfico dos locais onde se  se situavam algumas obras, no espaço do museu, as  crianças tiveram oportunidade de olhar e de tomar atenção aos detalhes e, fundamentalmente, de perceber como cada museu integra as suas obras nos espaços expositivos. Também andaram ocupados com a história da Curadoria e, fixaram-se, essencialmente, na construção de museus portáteis, que transformaram no seu «Primeiro Projeto de Curadoria». Seguiu-se todo o trabalho  necessário para a elaboração da exposição: Esboço do projeto de acordo com a temática escolhida, neste caso « Os cheiros»; Identificação dos materiais a usar; registo de várias composições de grupo; Concretização do projeto ; Identificação do título do museu e elaboração da Folha de Sala. 
Foi uma enorme azáfama, ao longo de algum tempo.   

"E Quando o Vento Vier", EB1/JI de Alfragide, Prof. Catarina Lopes (pormenor).

DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA PRÉ-ESCOLAR E 1.º CICLO
 
 AS ARTES PARA TODOS
 

Finalizamos, nesta edição, a partilha dos trabalhos relativos aos subprogramas desenvolvidos, no âmbito da Educação Artística, ao longo do ano letivo, realizados, de um modo sistemático, com os docentes da Educação Pré-escolar e do 1.º ciclo.  
Estes subprogramas, como já havíamos dito, cruzaram, intencionalmente, as Artes Visuais, a Dança, a Poesia, o Cinema de Animação, o Teatro, entre outras áreas. Crianças e adultos partilharam conhecimentos, deram voz às crianças na cocriação de conteúdos. Trata-se, sobretudo, de enfatizar os processos desenvolvidos e alguns produtos destes processos vivenciados, em conjunto.    
 
Vamos então mostrar alguns registos dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do projeto: E QUANDO O VENTO VIER, com os grupos da Educação Pré-Escolar da EB1/JI do Alto do Moinho, da responsabilidade das Educadoras Isabel Alves, Ana Margarida Ferreira e Ana Stott, e do 1.º ciclo do ensino básico, designadamente do 1.º A, 2.º A e 3.º A da EB1/JI de Alfragide, respetivamente, da responsabilidade das professoras Diana Pedrosa, Catarina Lopes e Rita de Jesus.
Como referimos na anterior edição, este subprograma foi desenvolvido através do cruzamento de várias áreas: Artes Visuais, Dança, Música e Literatura. 

Partilhamos também excertos dos trabalhos no âmbito do subprograma: ORA AGORA CONTAS TU; ORA AGORA CONTO EU, que integrou várias áreas trabalhadas pelos docentes e Elisa Marques (Literatura, Artes Visuais, entre outras) e Cinema de Animação, trabalho por António Limpo.  Este trabalho foi desenvolvido pelas crianças dos 1.ºA e 2.ºB da EB1/JI de Alfragide, da responsabilidade das professoras Ana Almeida e de Catarina Pereira; dos 3.º A e B e 4.º anos da EB1/JI do Alto do Moinho, da responsabilidade dos(as) docentes, Vera Silva, Cláudia Santos e Álvaro Teixeira, e pelos 3.º A, B e C dos 4.º anos da EB1/JI da Quinta Grande, da responsabilidade das professoras Ana Vilar, Catarina Marques e Nádia Vasco. 
Também neste documento de partilha se encontram alguns registos do subprograma de fotografia trabalhado com as crianças do 1.º B da EB1/ JI do Alto do Moinho. 

Damos agora lugar à partilha dos alguns registos sobre o trabalho realizado a partir das Cidades Invisíveis de Italo Calvino, com as crianças do 4.º ano A da EB1/JI de Alfragide, da responsabilidade do professor Jorge Prata, que também já vos demos nota em edições anteriores.

 O subprograma na área da Dança, a partir das composições musicais de Philip Glass,  desenvolvido com os 1.º A; 1.º B e 3.º C, EB1/ JI da Quinta Grande, da responsabilidade das professoras Natália Machado, Ana Reis e Cristina Rodrigues.

FALAR PARA O BONECO foi o programa desenvolvido, a partir dos textos e das  “falas” das crianças, com as turmas do 2.º A da EB1/JI do Alto do Moinho, da responsabilidade da professora Rita Silva e 4.ºA e B da EB1/ JI da EB1/JI da Quinta Grande, da responsabilidade das professoras Sónia Antunes e Sofia Firmino. 

 Como síntese final, deixamos a voz de uma professora que resume um pouco do sentir dos restantes colegas:

O trabalho desenvolvido permitiu proporcionar aos alunos não só conhecimentos e técnicas das diferentes áreas, mas, também, memórias afetivas resultantes da sua vivência das várias etapas do trabalho que certamente contribuirão para o seu enriquecimento cultural e para a formação de indivíduos mais criativos e sensíveis às diferentes formas de expressão artística. Sónia Lisboa.